Para ler e pensar...

Estava lendo um livro esses dias, chamado "Para ler e pensar - FAMILIA " da SBPRJ e achei um dos textos bastante interessante e resolvi transcrevê-lo para aqui....

Há algum tempo, a vida era, de certa forma, mais simples: as coisas levavam mais tempo para acontecer e as pessoas se encontravam mais, até mesmo dentro de casa. Ficavam todos em volta do rádio ou escutando as histórias que os mais velhos da familia contavam. Além disso, juntos compartilhavam as refeições á mesa.
Assim, as pessoas conviviam bastante, principalmente em uma mesma familia.Com o convívio, desenvolvemos uma intimidade e um forte laço afetivo que se mantêm mesmo quando um está longe do outro. Compartilhando o dia-a-dia, vivemos juntos situações que ficarão nas nossas lembranças e isso funciona como um fio que nos liga uns aos outros para sempre. Assim é possível brigar e fazer as pazes, passar por momentos difíceis juntos, buscar soluções para os problemas familiares.
Veja, por exemplo, quando pessoas se reúnem e começam a lembrar coisas agradáveis que viveram juntas no passado:lembram do jeito de um, de uma bobagem de outro. Compartilhar as lembranças quardadas faz com que cada um se sinta parte daquele grupo.O sentimento de pertencer a um grupo traz um conforto imenso, principalmente porque é um jeito de sabermos quem somos.È bom poder dizer: sou deste grupo, aqui me reconhecem!
Esse sentimento também está presente em relação á familia, e o sobrenome representa isso: sou fulano de tal, de tal familia, pertenço a tal grupo; Mas a vida atual está dificultando o convível entre amios e com a familia também. Praticamente todos trabalham- "e muito" e quando se chega em casa são tantas as tarefas que, aos poucos, nos envolvemos nesta correria e pouco vemos ou conversamos com as pessoas que amamos.

Quantas vezes, encontramos alguém querido na rua e dizemos:-Eu estava mesmo pensando em você, há um tempão que quero te telefonar !

Chega a ser engraçado como isso se repete. Pois é, falta de tempo. Mas não é só falta de tempo. Pensamos nas pessoas queridas, fazemos planos, mas não agimos.
Como alguém vai saber que é querido, se ninguem diz nem demonstra? Já que isso vale para todos, costumamos ficar esperando que o outro tome a iniciativa de se aproximar, como se fosse uma prova de que somos queridos. O perigo é ficar cada um no seu canto, todos esperando que alguém faça o primeiro movimento de aproximação.
Na verdade, não tem a menor importância quem vai ser o primeiro.Não estamos em uma competição olímpica! O que importa mesmo é tudo o que se pode alcançar quando pessoas se aproximam e se relacionam.

Nada substitui o contato humano. E se, no passado, o convívio acontecia naturalmente, hoje precisamos ser mais ativos.
È preciso criar situações para que o encontro possa acontecer, deixando 'água na boca' para o próximo.Reunir a familia, conversar, contar e ouvir novidades, trocar afeto e atenção, rir juntos, e também discutir e discordar-acontecimentos comuns do dia-a-dia, criam laços importantes que ajudam a pessoa a sentir-se mais completa, pois está ligada a outras pessoas. È esse sentimento de que somos todos nós, seres humanos, parte de uma grande familia !!!!!!!

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